sexta-feira, janeiro 05, 2007



Românticos.

Atiro-me desvairada em ti
E concedo-nos o céu a morder lençóis
Liberando gemidos, desencravando desejos,
Sinalizando a ordem do dia eterno ato
Quando tu encaixas meus sinais aos anseios teus
E somos fantasias de nós dois.

Infiltra-me com teus amores, odores
E doce é teu gosto a persuadir-me tua fêmea,
Domada criatura exposta em carícias
Sem receios, conceitos ou temores.
Teus lábios destilam-me o corpo
E veneno antes perigo preso em olhares
Escorro doce sentença ao teu prazer,
Úmido delírio das pernas trêmulas
Ao teu arfar soberano em minhas coxas
Entregues a tua língua suave a percorrê-las.

Em brasa ardo eu, ardes tu, ardemos,
Rejuvenescemos, desfalecemos, reiniciamos,
Inventamos palavras, traçamos o contorno dos deuses,
Vulcões, abissais recônditos coroados de amor/tesão
E tudo na selvageria de sermos homem e mulher,
Anjos desnudos na mais pura condição dos amantes.
Eliane Alcântara.