Profetisa do ausente.
Rasgo os bolsos de uma distância
Não menor que a dor de sorrir
E moleca de uma paisagem anuviada
Desenho flores para enganar espinhos.
Não menor que a dor de sorrir
E moleca de uma paisagem anuviada
Desenho flores para enganar espinhos.
Visto a solidão de saia, cruzar de pernas
Mundo que encaixa boêmio em tinta
Face lavada de ontem candura e desespero
No dedilhar de uma voz gemente.
Longe o tempo alisa pequena semente
Divindade no arco dos medos
Coragem de quem caída prevê começo
Só na esquina do corpo amado.
Divindade no arco dos medos
Coragem de quem caída prevê começo
Só na esquina do corpo amado.
A memória, trampolim exato corre
E a visão, amiga que nem sei,
Continua, agora, contínua ave
No céu de uma saudade sem asas.
E a visão, amiga que nem sei,
Continua, agora, contínua ave
No céu de uma saudade sem asas.
Eliane Alcântara.