domingo, março 18, 2007

Profetisa do ausente.

Rasgo os bolsos de uma distância
Não menor que a dor de sorrir
E moleca de uma paisagem anuviada
Desenho flores para enganar espinhos.

  • Visto a solidão de saia, cruzar de pernas
    Mundo que encaixa boêmio em tinta
    Face lavada de ontem candura e desespero
    No dedilhar de uma voz gemente.
Longe o tempo alisa pequena semente
Divindade no arco dos medos
Coragem de quem caída prevê começo
Só na esquina do corpo amado.
A memória, trampolim exato corre
E a visão, amiga que nem sei,
Continua, agora, contínua ave
No céu de uma saudade sem asas.
Eliane Alcântara.

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