segunda-feira, novembro 24, 2008

30...


30...

A loucura no morrer
cada dia alivia.
Ensina a bem-(a)ventura
de ser eterna.
Olhos fechados
são caminhos.

Eliane Alcântara.

sábado, novembro 22, 2008

29...


29...

Sou animal o bastante
para querer que foda-me,
mas sensível o suficiente
para pedir que antes ame
- ou caso desfeito.


Eliane Alcântara.

quinta-feira, novembro 20, 2008

28...


28...

Sua boca chave
sabe abrir meu sorriso
se a língua atua.

Eliane Alcântara.

quarta-feira, novembro 19, 2008

quinta-feira, novembro 13, 2008

27...



27...

E eu amava tanto
que virei tempo de espera
na esperança de encontrá-lo.
Restou em mim a sombra
de uma natureza morta.
Desperta-me?

Eliane Alcântara.

segunda-feira, outubro 20, 2008

26...


26...

Fiz um poema com cheiro de alegria,
mas fui assaltada pela tristeza de tua ausência
e o papel, com as lágrimas, calou os versos teus.

Eliane Alcântara.

quarta-feira, outubro 08, 2008

25...



25...

Minha maior brincadeira
é não brincar com palavras
quando sei que há nelas
o que me devora...
Seu nome em cada verso
a espera que acolha
...
o meu sentir/amor.

Eliane Alcântara.

quinta-feira, setembro 25, 2008

24...


24...

Onde tudo é tempo
sou oxigenados segundos.
O que minha alma diz
não cala o mundo
antes assanha.
Bebo com os loucos
a vida – sou passatempo
dos meus intervalos.

Eliane Alcântara.

sexta-feira, setembro 19, 2008

23...


23...

Inventar novo amanhecer
é acordar na pele o desejo da carne.
Deixar o fogo tomar o peito,
esquecer o que dizem
e se dizem que digam de amor.
É deitar os olhos no amado,
guerrear em paz os sexos
na louca entrega das vontades.
Permanecer em um corpo
até outro dia no dia de amores.
Mais felina acordar outra vida
na mesma vida que em carinho
é ida e volta de única via:
emocional cotidiano.

Eliane Alcântara.

quarta-feira, setembro 17, 2008


22...

No cotidiano em que sonhamos eternidade
um pássaro traça seu objetivo
consciente de que o único propósito válido
do para sempre
é o vôo.

Eliane alcântara.

segunda-feira, setembro 15, 2008

21...

21...

Faz tempo não vejo
o brilho azul das noites.
Ausência diz sim,
há presença.
Lágrimas dizem não,
há saudade.
Estou doente de...
Lá fora frio,
dentro come o calor.
E eu, temperatura oscilo.
Meça a febre,
seu termômetro é bem-vindo.
Seu mimo me cura.

Eliane Alcântara.

quinta-feira, setembro 11, 2008

20...


20...

É dia de perdição,
não esqueça o que eu disse,
feche a porta
tranque no armário
dos pensamentos neutros
o que não for
parte da foda
em que me diz
passos.

E se ficar
por dentro de nós
algo a fazer
deite outra vez no chão
caía em si
adormeça pênis e vagina,
elaborados brinquedos de montar.
Acorde criação,
remonte-me
linguais carícias.

Selados princípios
jogue fora pudores
leve-me em seu passeio
carne e cavalgada,
olhos seios línguas e vai...
Revire, elabore,
entre no meio
o fim é começo,
outro gozo.

E se quiser ir adiante, atrase,
aumente o prazer
até o cúmulo,
venha conhecer do pecado
o perdão molhado.
Há intenso convite,
nova estação todos os dias,
basta abrir a janela da mente
e amar no corpo a alma
- de alma e corpo.

Eliane Alcântara.

quarta-feira, setembro 10, 2008

19...


19...

No tanto de mim
nasce a cada dia
outras esperanças
e as asas que arranco
é o que possibilita aos olhos
o compreender,
a simplicidade das coisas
despercebidas.

Eliane Alcântara.

terça-feira, setembro 09, 2008

18...



18...

Passo muito rápido,
nuvem no telhado mundo.
O que digo alegra,
o que deixo entristece.
E quem deveria saber
não sabe
com quanta dor
se cria o inexplicável.

Eliane Alcântara.

segunda-feira, setembro 08, 2008

17...



17...

Esta entrega
redobrada atenção
dentro da gente
a gritar sim ao amor
é carência aventura romance
novo caderno de poemas.
Ou seriam linhas brancas
do que somos?
Escreva em mim o título
serei pertinentes reticências.

Eliane Alcântara.

sábado, setembro 06, 2008

16...


16...

Cansei do ser comum
ao alcance de sorrisos.
Minha fome é grande.
Tenho o coração sombreado
a pedir claridade,
porém dispenso
iluminação artificial.
Aguardarei a ternura
da primavera.
Se vem
ouse novo desabrochar,
minha pele anseia
diferente brilho.

Eliane Alcântara.

quinta-feira, setembro 04, 2008

15...


15...

O tempo cravado devaneio
absorve a cor dos clamores
e outra vez
mansa gata no cio,
carícias nos olhos loucos
espalho em seus pêlos
o abrir de um dia
multicolorido,
primeiros sinais de primavera,
perfume do que virá.

Eliane Alcântara.

quarta-feira, setembro 03, 2008

14...



14...


Tantas horas esquecidas
só para lembrar
que você não faz parte
do esquecimento.
É urgência,
cicatriz aberta.

Eliane Alcântara.

terça-feira, setembro 02, 2008

13...



13...


Invólucro carnívoro
habitarei sem pudores
sua metamorfose
- dentro do meu casulo.


Eliane Alcântara.

segunda-feira, setembro 01, 2008

12...



12...

Estou a sua procura
e quero o meu encontro.
Um dia de nada para fazer,
algo meio assim capaz de ferir,
de rasgar e deixar lapidada
a alma para o futuro.
E que a vida explique
a versão em que sou,
inteiramente,
senha particular
da sua metade,
coisas do amor.

Eliane Alcântara.

sábado, agosto 30, 2008

11...



11...

Cardume de idéias incessantes
bailam no pêndulo aquático
horas malabaristas
e eu que não sei
se devo sorrir
apenas soletro
uma saudade
nadadora.

Eliane Alcântara.

sexta-feira, agosto 29, 2008

10...


10...

Estou confusa porque sou pouca
e sendo muito sou essa que temo.
Espécie de claridade e sombra
no que os olhos perseguem,
cruz e espada dos meus vãos.

E choro no tempo o temporário,
o que tem de temporão a vida,
absurdo e grito no chão sem pés
para quem falo solitária e ouço múltipla,
esquema torturante em mim.

Um sim que não sim de hoje,
não que não é o não da falta de regras.
Explosão. Recriação. Fundição.
Overdose do meu querer azul,
negro céu quando penso/digo: vim!

Curva entre árvores densas,
pluralismo da minha boca,
lúgubre serenata a plantar raios
no que eu venero arte do amor,
todo o vazio cheio de raízes.

Vácuo de cena e repetição,
transbordamento do meu fluir
quando reafirmo quem não sou e sou,
vasto abismo no sem fim dos meus suspiros.
Ilha.

Eliane Alcântara.

quinta-feira, agosto 28, 2008

9...


9...

Mesmo que eu chore dores
no abismo verídico das horas
encontrarei sua imagem.
Mesmo que eu fuja
e negue o que eu sinto
sei que estará ali
sua carne e sangue
- impressão do tempo.

E neste motivo serei louca,
um dia amante
noutros solidão e despedida.
Aprendi com sua força
o não esperar que tudo seja
sem antes saber
o fim iniciático do que foi.

Estou preparada
para o que não virá – virá!
E os livros que já não leio
confundem
o que eu poderia ter dito
ou pensado no ato de libertá-lo,
clausura que tem a noite
- vida no frasco memória.

O temporal não cessará
- cômodo alma -
palavras não descansarão
- rugas aparato para poeira.
Abrirei minhas margens
e não morrerá o tédio,
versão concreta
- adocicada lágrima secreta.

E quando for outra vez
momento de chorar mortos
relembrarei sua existência viva
no cemitério dos meus ais
- tudo o que sou -
e sorrirei com o seu sorriso
a mulher a atropelar o destino
para voar – imagem.

Espelho sem medo,
talvez fique o seu reflexo
- mas eu irei.
Mais lúcida nasci viagem.
Longe o alcançarei,
espetáculo do meu ato.
Feche a cortina.
Apenas começamos...

Eliane Alcântara.

quarta-feira, agosto 27, 2008

8...



8...

Receba agora o meu sim sem altares ou sedas.
O meu sim na pureza de um amor ardente.

Não espero um álbum com fotos amareladas
ou um véu de mentiras. Prefiro ternuras.

Não ouça promessas que não faço
ou deturpe a paixão que sinto.

Estenda seus olhos no dilúvio do meu amar
e recria-me, entenda-me seqüência.

Faça-me sua lua com mel,
sabor no cotidiano a nossa espera.

Doma-me na cama, domina-me sem pressa.
Arranca os mínimos detalhes do meu pulsar seu nome.

Elo sem aliança no dedo,
aliançados no para sempre de nossas entregas.

Fica junto do meu desespero com seu sorriso,
partícula necessária para que eu viva livre.

Não espere que eu jure até depois da morte,
não morreremos tamanho é nosso viver.

Toma nas mãos o que dou sem exigir que também dê,
antes, cuide. Meu sim é mais forte que o tempo.

Estou cansada. Para agora apenas um imenso sim.
Sim a sua vontade. Acolha caso queira, eternidade.

Eliane Alcântara.

terça-feira, agosto 26, 2008

7...


7...


Minha boca tem as palavras que você nunca ouviu
porque a sua boca que nunca beijei tem os beijos que são meus.

E por mais que eu ande e veja a vida com seus encantos
maior será o encanto de abraçar o homem que amo e nunca toquei.

Porque de tudo o que vivi ou vivo minha estrada é sua
e na eternidade de tudo o que imortalizo quem eu canto é você.

Muitas vezes sou áspera, fugitiva, atrevida, indomável,
mas é medo, medo de que descubra como eu, que nada sou sem que seja comigo.

O que contemplo está nos olhos que só alcanço quando fecho os meus
e as aves que traçam coreografias no céu desenham mensagens distantes
para um amor que só terei quando você abrir os olhos para quem sou,
triste alma condenada ao curto riso e as lágrimas sem os toques seus.

E que nasçam os dias três mil vezes e que três mil vezes leiam
o poema que escrevo para sua calma em alcançar-me enquanto passo,
essa solitária esperança de que seus lábios aos meus toquem
e se cumpra em nós o que eu sei não ser apenas de um.

Porque meus dedos escrevem flores para o mundo
e minha pele respira o que é do mundo, até que você, o senhor de tudo surja.

Do muito tenho abraçado o abismo e farejado com os cães,
pois até que venha sou errante melancolia desaguando no infértil deserto.

Minhas loucuras são fantasias, finais de tarde que adormecem.
E até que venha não matizarei de estrelas qualquer noite ou abrirei madrugadas.

Guardado em meu peito estão as idades de um tempo em que vivemos noutro tempo.
E até que venha minha boca será guardiã de palavras, beijos e ações que são suas.

Eliane Alcântara.

segunda-feira, agosto 25, 2008

6...



6...


Quero estar com você a cada segundo
e desfrutar os simples segredos que a vida oferece.

Pensar e realizar ao seu lado
as fantasias não vividas até agora a sua espera.

Fui quimera dos meus sonhos
e longe dos seus braços fui angústia e solidão.

Quedei-me na passarela do inexistente
e o que sobreviveu quer mais, quer matar a saudade.

Hoje saúdo a caminhada como quem morre
vencedora de uma batalha ganha. De pé como os santos.

Tudo o que esqueci, anulei na alma,
matei e cedi para o recomeço a mulher que ama.

Não tenho cicatrizes ou indecisões,
nas mãos trago alegrias para o seu corpo ardente.

Minha pele chama a sua
herdei dos loucos a iniciação necessária ao princípio.

Não demore mais e nem venha como nos contos de fada,
sou feita de realidades a altura dos desejos. Aos meus intentos só o exagero.
Eliane Alcântara.

domingo, agosto 24, 2008

5...



5...


Esquente meu coração com a magia que sei que tem,
dosagem certa para que meu corpo celebre novos amanheceres.

Não deixe que eu caía em trilhas confusas e acredite certas,
fique ao meu lado para que eu não desvie o meu sentir.

Inicie em minha alma a descoberta já sabida de seus planos,
mapa de nossos momentos esquematizados para mais do prazer.

Adormeça ao meu lado contando de coisas bobas, tão nossas,
coisas que esperamos revelar ao mundo em Poesia e Paixão.

Faça com que a cada pedacinho do dia eu sinta saudades
e corra em seu encalço na pretensão de ser a caça.

Molha meus desejos com a invenção dos seus,
prostitua minha carne cravando na mesma o seu lacre de meu dono.

Quando eu chorar faça com que eu entenda que me ama
com um amor tão grande que nada será capaz de abalar nossos risos.

E quando sexualmente tomar-me toma-me inteira
para que eu carregue no olhar a razão de ser sua conquista diária.

Eliane Alcântara.

sábado, agosto 23, 2008

4...


4...


Perdoa o meu fogo interminável
doença que só sua presença cura.

Perdoa minha libido desgovernada
puro desejo de tê-lo preso em mim.

Perdoa minha boca cheia de palavras obscenas
e a sede de bebê-lo incansavelmente.

Perdoa meus dedos loucos
no atentado de decifrar seu corpo.

Perdoa meu sexo exposto em êxtase
a espera das travessuras do seu.

Perdoa minhas pernas trêmulas
na epifania de uma visão deslumbrante: você.

Perdoa se sou constante fêmea
a chamá-lo ao leito se faz tempo bom ou ruim.

Perdoa meus gemidos, meu apelos,
intermináveis múltiplos gozos.

Perdoa o meu jeito de ser assim
a dama e a puta que o ama.

Perdoa minha sensualidade que é culpa sua
e dos prazeres que provoca em meu ser.

Perdoa se só sei fazer amor e sexo
e sexo e amor no sem limite de nós dois.

Perdoa a ternura que misturo com fúria
e goze de nós a maravilha do perdão.


Eliane Alcântara.

sexta-feira, agosto 22, 2008

3...


3...


Não sei se já fiz poema ao seu corpo,
templo no qual encontro-me serena e completa.
Espaço absoluto em que sou mais sua que minha,
espécie de encanto para que eu me perca
aconchego com cheiro de casa, gozo e alegria.
Caminho de mar quando molha minha pele
e sinto seu riso maroto inundar o ar com um gemido,
aquele que me leva a sorrir realizada
e deslizar levemente pelos lençóis azuis
o gosto de ter em meu regaço o seu calor,
peso e paixão a fabricar amor assanhado.
Este corpo que me enche de ânimo,
corpo que revigora os meus desejos
e faz com que eu queira entregar-me toda
no infinito desespero de saboreá-lo mais.
E quando nu aproxima, enlouqueço,
reconheço o seu perfume junto ao meu,
a delícia do início de vários tempos
quando com o sexo duro me agasalha,
incorpora ao meu mil indecências e sei,
o paraíso que não inventaram,
do meu macho, tem a forma e o nome.
Se já fiz poema ao seu corpo
espero ter cantado toda a beleza que existe
quando digo vezes e vezes que em meu ninho
só há espaço para o encaixe do seu anseio.
E se sou imprópria uma certeza tenho,
propriedade só há quando me toma
e saciada adormeço em seu peito
sonhando que o seu é meu
e o meu de tão seu não sabe outra direção.
Corpo que louvo e lambo, salivo e amo.
Corpo que entre tantos não está nos padrões de beleza
e é somente e tão somente... Perfeito!

Eliane Alcântara.

quinta-feira, agosto 21, 2008

2...



2...


Quero abrir-me na condescendência de sua boca
e torturar os açoites de palavras mordidas em seu corpo nu,
pedaço másculo a incendiar-me os segredos ditos.
Ter do seu peso o prazer maior cabível em meus gemidos,
desordem total a organizar o ápice na ponta da língua.
Escorrer em sua pele o tesão de minhas alucinações,
perfumar sua carne entre cantos e recantos.
E mais insana gritar a liberdade de possuir sua alma
no delicado e total momento em que penetra meu mundo,
descobre o tom do meu suspirar e rompe o oculto mar,
essa face translúcida que de ser sua exige e come e cospe
e pede e rola e acaricia e amassa e chupa e suga e sente
e doa-se e toma e volta sempre depois do dilúvio
louca para que novamente um temporal se arme
e eu, sobrevivente, permaneça agarrada ao seu mastro,
tábua de salvação para meu sexo febril.

Eliane Alcântara.

quarta-feira, agosto 20, 2008


1...

Como as folhas que caem devagar
nas estonteantes tardes outonais
em que transfiguro-me louca e cores
deslize sua língua em minhas costas
abra-me polpa aos seus lábios úmidos
repouse suas mãos em minhas nádegas
alisa-me delicadamente ao seu furor
conceda ao meu corpo o delírio
das aves a brincar no terreno arenoso,
festa no entardecer de nossas taras.
Provoque a menor alegria que eu possa sentir
quando sua pele a minha toca e enternece
toda a febre que tenho meio as pernas.
Insira em meu sexo seus ágeis dedos
na criação de uma nova melodia,
indecente ritmo na harmonia perfeita.
E se eu gemer diferente acorde
escute, prove e recomece o arranjo.
Inove em minhas virilhas o prazer,
em meus lábios assanhe o desejo,
desafiante versão de novas brincadeiras.
Sou sua única mulher, terna, morna,
vadia doçura ao seu paladar, suga-me.
E no silêncio de uma exaustão tamanha
derrame dentro do meu corpo trêmulo
a força de todas as estações,
crava-me sua raiz, seu gozo.
Sou terreno à espera,
caía na maciez de minha carne
e nela faça morada.

Eliane Alcântara.

terça-feira, agosto 19, 2008

Questão x.

Tenho andado bar em bar
Consumido o que sobra do grito
Do suor dos sorrisos da fome falsa alegria.
Nas mãos as sandálias o cansaço o querer
Aviso de vou e venho sem saber.
Qualquer luar é pedaço de sol
Qualquer gemido é flor de ontem
Línguas ocultas nas frestas dos andares
Negros pensamentos
Tiras suicidas dos que não desnudam
Antes enforcam desconhecidos.
A bomba explode no quintal
Na rua no beco no topo
Dentro do ser do ter do estar
Medem meço
O estrangulamento do vazio
Repete, repete, repete...
Tenho andado, andado, andado...
Os espinhos formam a índole
Destorcem contorcem criam.


Eliane Alcântara.