quinta-feira, setembro 25, 2008

24...


24...

Onde tudo é tempo
sou oxigenados segundos.
O que minha alma diz
não cala o mundo
antes assanha.
Bebo com os loucos
a vida – sou passatempo
dos meus intervalos.

Eliane Alcântara.

sexta-feira, setembro 19, 2008

23...


23...

Inventar novo amanhecer
é acordar na pele o desejo da carne.
Deixar o fogo tomar o peito,
esquecer o que dizem
e se dizem que digam de amor.
É deitar os olhos no amado,
guerrear em paz os sexos
na louca entrega das vontades.
Permanecer em um corpo
até outro dia no dia de amores.
Mais felina acordar outra vida
na mesma vida que em carinho
é ida e volta de única via:
emocional cotidiano.

Eliane Alcântara.

quarta-feira, setembro 17, 2008


22...

No cotidiano em que sonhamos eternidade
um pássaro traça seu objetivo
consciente de que o único propósito válido
do para sempre
é o vôo.

Eliane alcântara.

segunda-feira, setembro 15, 2008

21...

21...

Faz tempo não vejo
o brilho azul das noites.
Ausência diz sim,
há presença.
Lágrimas dizem não,
há saudade.
Estou doente de...
Lá fora frio,
dentro come o calor.
E eu, temperatura oscilo.
Meça a febre,
seu termômetro é bem-vindo.
Seu mimo me cura.

Eliane Alcântara.

quinta-feira, setembro 11, 2008

20...


20...

É dia de perdição,
não esqueça o que eu disse,
feche a porta
tranque no armário
dos pensamentos neutros
o que não for
parte da foda
em que me diz
passos.

E se ficar
por dentro de nós
algo a fazer
deite outra vez no chão
caía em si
adormeça pênis e vagina,
elaborados brinquedos de montar.
Acorde criação,
remonte-me
linguais carícias.

Selados princípios
jogue fora pudores
leve-me em seu passeio
carne e cavalgada,
olhos seios línguas e vai...
Revire, elabore,
entre no meio
o fim é começo,
outro gozo.

E se quiser ir adiante, atrase,
aumente o prazer
até o cúmulo,
venha conhecer do pecado
o perdão molhado.
Há intenso convite,
nova estação todos os dias,
basta abrir a janela da mente
e amar no corpo a alma
- de alma e corpo.

Eliane Alcântara.

quarta-feira, setembro 10, 2008

19...


19...

No tanto de mim
nasce a cada dia
outras esperanças
e as asas que arranco
é o que possibilita aos olhos
o compreender,
a simplicidade das coisas
despercebidas.

Eliane Alcântara.

terça-feira, setembro 09, 2008

18...



18...

Passo muito rápido,
nuvem no telhado mundo.
O que digo alegra,
o que deixo entristece.
E quem deveria saber
não sabe
com quanta dor
se cria o inexplicável.

Eliane Alcântara.

segunda-feira, setembro 08, 2008

17...



17...

Esta entrega
redobrada atenção
dentro da gente
a gritar sim ao amor
é carência aventura romance
novo caderno de poemas.
Ou seriam linhas brancas
do que somos?
Escreva em mim o título
serei pertinentes reticências.

Eliane Alcântara.

sábado, setembro 06, 2008

16...


16...

Cansei do ser comum
ao alcance de sorrisos.
Minha fome é grande.
Tenho o coração sombreado
a pedir claridade,
porém dispenso
iluminação artificial.
Aguardarei a ternura
da primavera.
Se vem
ouse novo desabrochar,
minha pele anseia
diferente brilho.

Eliane Alcântara.

quinta-feira, setembro 04, 2008

15...


15...

O tempo cravado devaneio
absorve a cor dos clamores
e outra vez
mansa gata no cio,
carícias nos olhos loucos
espalho em seus pêlos
o abrir de um dia
multicolorido,
primeiros sinais de primavera,
perfume do que virá.

Eliane Alcântara.

quarta-feira, setembro 03, 2008

14...



14...


Tantas horas esquecidas
só para lembrar
que você não faz parte
do esquecimento.
É urgência,
cicatriz aberta.

Eliane Alcântara.

terça-feira, setembro 02, 2008

13...



13...


Invólucro carnívoro
habitarei sem pudores
sua metamorfose
- dentro do meu casulo.


Eliane Alcântara.

segunda-feira, setembro 01, 2008

12...



12...

Estou a sua procura
e quero o meu encontro.
Um dia de nada para fazer,
algo meio assim capaz de ferir,
de rasgar e deixar lapidada
a alma para o futuro.
E que a vida explique
a versão em que sou,
inteiramente,
senha particular
da sua metade,
coisas do amor.

Eliane Alcântara.