Estou confusa porque sou pouca
e sendo muito sou essa que temo.
Espécie de claridade e sombra
no que os olhos perseguem,
cruz e espada dos meus vãos.
E choro no tempo o temporário,
o que tem de temporão a vida,
absurdo e grito no chão sem pés
para quem falo solitária e ouço múltipla,
esquema torturante em mim.
Um sim que não sim de hoje,
não que não é o não da falta de regras.
Explosão. Recriação. Fundição.
Overdose do meu querer azul,
negro céu quando penso/digo: vim!
Curva entre árvores densas,
pluralismo da minha boca,
lúgubre serenata a plantar raios
no que eu venero arte do amor,
todo o vazio cheio de raízes.
Vácuo de cena e repetição,
transbordamento do meu fluir
quando reafirmo quem não sou e sou,
vasto abismo no sem fim dos meus suspiros.
Ilha.
Eliane Alcântara.
Um comentário:
riqueza nos versos, talento e sensibilidade em forma de poesia. beijo, Eliane.
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